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A BATALHA DIVINA - Capítulo XX: Uma Prova de Amor







Xena e Gabrielle finalmente lutam contra Abaddon, Belial e Morte em Épiro e conseguem derrotá-los momentaneamente ajudadas pelo jovem serafim Amandriel, Sarah se desabafa com sua mãe Lila e revela os seus sentimentos pelo jovem e inocente serafim:

- É que... Eu me apaixonei por uma pessoa, mas eu sei que ele não sente o mesmo por mim.

- E essa pessoa se chama Amandriel!

Espantada, Sarah indaga Lila dizendo:

- Como sabe que é ele...?

- Como eu disse; eu te conheço muito bem Sarah, eu sou a sua mãe. Você acha que eu não percebi? Ou melhor, você acha que ninguém percebeu?

Xena e Gabrielle conseguem bongar um celeiro abandonado e quase destruído para passarem a noite, mas após alguns momentos em que a princesa guerreira deixa o local para pescar o jantar, algo estranho ocorre:

- GABRIELLE...?

Era uma forma branca de mulher. Aquela silhueta musculosa e bem torneada era conhecida. Trajava uma vestimenta de couro preto, em sua cintura, ela carregava um chakram em formato yin yang, os seus cabelos eram longos e negros e em sua destra, a mesma carregava consigo três percas penduradas em uma corda e então , Gabrielle lhe responde ao mesmo tempo em que abre os olhos seus dizendo:

- Sim Xen... Xena...?

Gabrielle então olha novamente para a forma branca de mulher que estava consigo abraçando-a, beijando-a, levanta da cama rapidamente e reverbera:

- Mas... Xena...?





Agora:





- Mas... Xena...?

- O que está acontecendo aqui...?

Sem compreender, Gabrielle então se afasta ainda mais da cama onde a primeira Xena está e de onde a Xena com as percas na mão está e toma posse de seus sais.

A forma branca de mulher que estavas a beijar os lábios da poetisa guerreira se levanta da cama e se refere à Gabrielle dizendo:

- Quem é essa mulher Gaby?

Gabrielle então a responde dizendo:

- Acho que sou eu quem deve fazer essa pergunta não só para ela e sim para você também.

- Criança... Eu sou a Xena esqueceu? Eu sou a sua alma gêmea.

A segunda forma branca de mulher que carregava consigo a corda com os peixes, franze uma sobrancelha e indaga Gabrielle dizendo:

- Gabrielle, lembra quando Callisto estava em meu corpo? O que eu pedi para você perguntar pra ela?

A mulher com a aparência de Xena com quem Gabrielle beijava sentada na cama, interrompe e reverbera dizendo:

- Isso é fácil... Gabrielle, eu pedi para você perguntar para Callisto que estava em meu corpo, com o que você sonhava após a morte de Perdicas e é claro que você não sonhava com nada depois que ele foi assassinado por Callisto na época.

A mulher que ainda se encontrava de pé diante de Gabrielle segurando os peixes, semicerra os olhos seus, suspira fundo e então, a poetisa guerreira reverbera:

- Acho que sou eu quem deve fazer as perguntas aqui. Você...!

Gabrielle põe seu dedo indicador direito em riste para a mulher que estava a sua frente segurando os peixes e lhe indaga:

- Qual foi o primeiro poema que eu escrevi para você após a sua morte no Monte Fuji e lhe mostrei?

A forma branca de mulher então reverbera:

- O primeiro poema que você escreveu para mim após a minha morte foi o poema “Um Beijo”.

A segunda mulher então, reverbera uma forte gargalhada que ecoa por entre o celeiro destruído e refere-se ao seu clone dizendo:

- Engana-se falsa guerreira, ora pois, o primeiro poema que Gabrielle fez para mim e que ela me mostrou foi o poema “Lindo Anjinho”.

A mulher que ainda segurava os peixes, fixa os olhos seus para a desconhecida silhueta feminina que segurava Gabrielle em seus braços degustando de seus lábios e lhe refere dizendo:

- Você quem está enganada, pois este poema, Gabrielle escreveu e mostrou para mim, porém... Este não foi o primeiro que ela escreveu depois que eu morri no Monte Fuji. Ela escreveu o poema “Um Beijo” pensando em mim, como ela se sentiu, a dor que ela sentiu por eu ter morrido.

Neste momento, Gabrielle fixa os olhos seus para a interlocutora que segue declamando o poema com os olhos seus fixos na rainha amazona prosseguindo:



“Sob a luz da vela tremulante,
Eu lembrava-me de minha amada!
Mentre a chama esparzia-se como mil almas dançantes...
Minha fronte encontrava-se amargurada!


Nos anos seus na flor de mocidade,
Essa jovem donzela; deu alento à minha vida sofredora!
Sua doce voz; mostrou-me as veredas da felicidade,
Mentre Quigi à minha vida, a essa paixão enlouquecedora!


Canta como os anjos do céu,
Sorri como a última madressilva celestial!
Cobre a lascívia do corpo com a lividez do véu,
Mentre contemplo tal beleza tão lustral!


Teu corpo és mais perfumado que as rosas de um jardim,
Sua tez és tão lívida e fria...
A melancólica escarlate reverbera no vosso olhar carmesim,
Mentre sonho com as carícias ardentes de sua tez macia!


Sabei-lo de meu puro sentimento,
Aquele que me queima por dentro; que me sufoca e me deixa sem alento!
Sabei-lo de meu sofrimento; por não possuir o vosso amor,
Aquele sem lenimento, pois és intensa a triste dor!


Na alcova do sacerdote,
Dorme a gosto o pobre sofredor...
Alguém que agora só é ávido pela morte,
Por sofrer de amor!


O que quereis que vos faça minha criança,
Se nem ao menos a morte me deseja?
Não possuo mais esperança,
Por conta da falta de temperança!


Fui um douto em sonhar este amor,
Porque um anjo tão lindo iria sagrar e me amar?
Agora em meu peito lacerado só existe dor,
Mormente quando eis que sonho; contemplo o vosso olhar!


Que loucura meu Deus; pobre insensato,
Em expandir-lhe aos pés o meu sentimento!
Tal este que agora me deixa amargurado,
Por sabei-lo que não existe lenimento!


Só peço-te um beijo,
Um beijo só eu te peço meu anjo lindo!
Com a febre nas faces; e a lascívia nos lábios úmidos,
Para enfim... Eu poder morrer sorrindo!


Não vês que sofro por ti,
E o desespero assoma em meu coração?
Sou apenas um pobre tolo insensato,
Que agora vive na escuridão!”



Neste momento, fios de lágrimas começam a rolar e resvalar das faces alvas e doiradas da poetisa guerreira e então, a mesma passa a declamar os versos finais do poema em uníssono com aquela forma branca de mulher que com os olhos seus também licorosos, continua a declamar agora junto de Gabrielle dizendo:


“Oh meu lindo anjo de inverno,
Perdoa-me pela contrição maldita...
Sem ti; minha vida és um inferno...
Pelas profundas margens da avidez infinita!”



Gabrielle então, avança até aquela silhueta musculosa e definida e lhe abraça calidamente acariciando o dorso de sua fronte naqueles longos cabelos negros onde a mesma é automaticamente abraçada fortemente pelos braços daquela mulher e então, Gabrielle lhe refere dizendo:

- Xena...!

- Gabrielle...!

A forma branca de mulher que ainda se encontra agora em pé sobre o leito de Xena e Gabrielle, fixa os olhos seus que agora, as suas órbitas tomaram em carmesim por completo como fogo que arde e lhe queima a face nas guerreiras e lhes refere dizendo:

- Com licença... Mas creio eu que vocês duas mexeram com forças que pelas quais vocês desconhecem.

Xena então franze uma sobrancelha, solta a corda com os peixes, toma posse de seu chakram e lhe responde dizendo:

- Lilith... Presumo que seja você que esteja brincando com a sorte, entendeu...?

Neste momento, a forma branca de mulher que era na verdade Lilith, uma das esposas de Lúcifer, abre bem os olhos seus e se refere à Xena dizendo:

- Como sabia que era eu Xena?

- Desde o sumiço de Abaddon. Sabia que em algum momento, você viria e tentaria alguma coisa contra mim e Gabrielle.

Lilith então, reverbera uma cálida gargalhada e volta a referir-se à Xena dizendo:

- Ai Xena... Adoro você sabia? Tu foste e és tão sábia. Não sabes o quanto aguardo a sua chegada no reino de meu Senhor.

- E você ficará sonhando, pois nem eu e nem Gabrielle temos planos de ir para o seu reino.

- Ah Xena... Tu não sabes quantos prazeres a aguardam em meu ciclo, os prazeres que eu tenho a lhe oferecer e a forma com que eu pretendo brincar com o corpo lascivo de nossa Gaby.

- Vamos parar com isso. Já chega...!

Neste momento, Xena gira a sua espada em dois no ar e uma chama de fogo cobre toda a lâmina da mesma onde Lilith se afasta de Xena e Gabrielle em dois passos temendo o fogo santo do Deus único que emana da espada da princesa guerreira e então, Xena desfere um lance de espada contra Lilith, mas a mesma se desmaterializa deixando uma névoa negra no ar e em suas mentes, Xena e Gabrielle escutam a voz do demônio dizendo:

- “Ainda nos veremos princesa guerreira e quando tal dia se fizer presente, tu irá implorar para que eu a possua de todas as formas possíveis”.

Segue-se então a gargalhada grotesca de Lilith e então, Xena fixa os olhos seus em Gabrielle e se refere à mesma dizendo:

- Gabrielle; como sabia que eu era a verdadeira Xena?

- Primeiramente; algo dizia dentro de mim que você era a verdadeira e a forma com que Lilith falava tentando ser você... Era diferente, estranha.

- Entendo.

- Mas Xena... Como sabia que era Lilith e não Amithiel?

- Simples; Lilith é a primeira esposa de Lúcifer então isso conclui que ela precisa ser solta do inferno primeiro do que Amithiel por ordens de Lúcifer e após o sumiço de Abaddon, eu desconfiei que essa era a prova que o deus único havia me mencionado.

- Acha mesmo que a prova que passaríamos aqui em Épiro seria apenas essa?

- Desconfio que não Gaby.

- Porque acha isso Xena?

- Lúcifer é esperto. Com certeza ele tem algum truque na manga.

- Desconfia de algo?

- Sim. Amithiel.

- Como assim...?

- Lilith e Amithiel são duas pervertidas psicóticas que caminham sempre juntas.

- Entendi. Presume então que algo mais estar por vir?

- Sim, portanto devemos estar preparadas para qualquer coisa Gabrielle. Devemos ficar atentas.

Gabrielle então assente com a cabeça com os olhos seus fixos na sua amada Xena e refere-se à mesma dizendo:

- Oh Xena...?

- O que foi...?

- Bem... Agora que tudo acabou; onde estão aqueles peixes que você trouxe?

Xena então balança a cabeça para os lados em sinal de reprovação, suspira lentamente sorrindo e responde à Gabrielle dizendo:

- Estão aqui Gabrielle.

A princesa guerreira toma posse mais uma vez da corda que prende e segura as três percas e as entrega para a rainha amazona onde a mesma avança até a frigideira para preparar o jantar.

Após de degustado o jantar, Xena se deita em seu leito de peles improvisado, fixa os olhos seus em sua amada poetisa guerreira e lhe indaga dizendo:

- O que você está fazendo hein?

- Estou sem sono Xena, acho que irei escrever um pouco e depois eu tento dormir.

- Ta bom, mas não durma tarde, pois precisaremos acordar cedo amanhã.

- Tudo bem...!

Xena então percebe um tom melancólico na voz de sua amada Gabrielle e volta a referir-se à mesma dizendo:

- Gabrielle, você está bem?

- Estou sim Xena... É apenas um pouco de insônia mesmo.

A princesa guerreira então franze uma sobrancelha onde em seguida, a mesma semicerra os olhos seus e lhe responde por último dizendo:

- Tá... Tudo bem então. Boa noite.

- Boa noite Xena.

Gabrielle então, toma posse de um pergaminho e começa a pensar e repensar mentre fazia à pena dançar por entre o pergaminho descrevendo versos enquanto conversava consigo mesma em sua mente dizendo:

- “Acho que isso ficará bom...!”

- “... Não, eu acho que não...”

Neste momento então, Gabrielle pressiona o pergaminho com as duas mãos fazendo com que o mesmo se tone uma bola de papel e volta a conversar consigo mesma em sua mente dizendo:

- “Talvez então se eu escrevesse isso...!”

O dia então se faz presente e os últimos pássaros cantam então os seus belos cânticos sagrados d’ alvorada remanescente onde aqui, ali, além, são cruzes de galhos secos de arvoredos destruídos pelo caos que Morte havia causado neste local onde outrora, era considerado um paraíso celestial na terra, mas nem tudo está perdido, ora pois, ainda há esperança para Épiro, pois em alguns poucos locais, ainda há arvoredos intactos onde os pássaros dormem sossegados onde nas manhãs vindouras, o rouxinol pode então, cantar seus amores acalentando os ouvidos daqueles nobres de coração que se deixam levar pela sua beleza e pomposidade.

Xena então acorda e observa Gabrielle dormindo com o pergaminho por cima de seu ventre, à pena que outrora estava em sua destra, agora se encontra jogada ao lado da mão que a segurava e a poetisa dorme e suspira com o dorso de sua fronte doirada repousada para o seu lado esquerdo onde Xena então relembra uma reminiscência quase perdida; uma reminiscência vivida em outrora onde ela contemplou tristeza na voz de sua amada poetisa guerreira. Então, a princesa guerreira retira-lhe o pergaminho de cima de seu ventre com cuidado para não acordar Gabrielle e toma posse então do mesmo, termina de desenrolá-lo e passa a ler em sua mente os versos escritos por Gabrielle que dizem:


“Título: Vida de um Poeta

Ei-lo – Assim és a vida de um poeta,
Com seus contos, suas brisas de amor...
... E descrenças?!
Vedes aí o fel da vida que infecta,
Na madorna descrente; os ais de dor...
Impregnada nas proeminências!


Ah! Triste beleza,
Em que lânguido sonhar...
Em viver dos lábios seus!
Se na presença d’ alvorada... Está a minha fraqueza,
Então nas sombras; podeis vos amar...
E fenecer!... Perdoai-me meu Deus!


Ah! Era tão bela,
Aquela donzela...
Dos anos seus na flor!
E n’ aquela mocidade,
Só deixaste-me uma triste saudade...
E no peito meu; um desamor!


Talvez sejas eu um douto,
Em sonhar tantos amores...
Nos lábios d’ aquela virgem harmoniosa!
Nas ondas d’ aquele cabelo solto,
Sentir o porvir dos palores...
Na carência de tua voz melodiosa!


Assim és a vida de um poeta,
Quem sou? Sou eu um tristonho trovador...
Que ávido a sonhar!
Na inda o pobre moribundo com sua meta,
No peito meu; o tétrico desamor...
E a esperança de um dia... Poder vos amar!”



Ao concluir a leitura do poema, Xena fixa os olhos seus em Gabrielle onde a mesma desperta de seu sono e lhe indaga dizendo:

- Bom dia Xena.

- Bom dia Gabrielle, quer me contar algo?

- Acho que não, por quê?

- Por nada, só quero que saiba que estamos juntas.

- Eu sei Xena, mas porque exatamente está falando isso?

- Acho que você mesma sabe a resposta, mas quando desejar falar, eu estarei aqui para conversar com você.

Xena então, se levanta deixando o pergaminho ao lado de Gabrielle e neste momento, a poetisa guerreira segura à destra de Xena e se refere à mesma dizendo:

- Espera Xena...!

A princesa guerreira então, franze uma sobrancelha, suspira fundo e volta a sentar-se em seu leito de peles dando-lhe ainda mais atenção onde Gabrielle volta a referir-se à Xena dizendo:

- É tudo isso o que aconteceu ontem Xena.

- Do que você está falando?

- De Lilith e tudo aquilo que aconteceu.

- Gabrielle eu...!

A poetisa guerreira então, interrompe Xena e lhe refere dizendo:

- Xena, me escuta... Eu beijei Lilith. Sabe o que isso significa?

- Sim, eu sei.

- E você não está com raiva de mim por isso?

- Gabrielle, nem se eu quisesse, eu conseguiria ficar brava com você. Sim, você beijou Lilith, mas eu faço minha as palavras de Amandriel e do Deus único; “demônios mentem”. Eles fazem de tudo para enganar e atrapalhar a vida de todos. Você a beijou, pois ela tomou a minha forma.

Xena então, suspira puxando o ar para dentro de seus pulmões soltando em seguida o ar lentamente pelo nariz, toca a fronte úmida e doirada de Gabrielle que agora; fios de lágrimas resvalam dos olhos seus e então, a princesa guerreira continua dizendo:

- Gaby, lembra quando eu disse para você que o Deus único havia me revelado que nós seríamos tentadas aqui em Épiro?

Gabrielle então, assente com a cabeça e então, Xena continua dizendo:

- Então. Gabrielle... Provavelmente era isso o que Lúcifer queria o tempo inteiro. Ele sabia que não poderia nos enganar com toda aquela farsa de Lilith, mas ele sabia que as nossas vidas poderiam ser abaladas por causa dessa história, mas não devemos dar esse gosto pra ele. O gosto de vitória, mas o importante é que estamos juntas. Você é a minha alma gêmea e o nosso amor transcende os corpos. Eu te amo Gabrielle.

- Eu também te amo Xena. Me desculpa.

- Gabrielle, você não precisa me pedir desculpas, pois você não cometeu erro algum. Vem cá, vem...!
Neste momento, Xena abraça Gabrielle calidamente onde a mesma repousa o dorso direito de sua fronte úmida no ombro de sua amada Xena onde a mesma passa a acariciar os curtos cabelos doirados da poetisa guerreira.

Xena então, toca o queixo de Gabrielle usando a sua destra, segura-lhe levemente e aproxima a face de Gabrielle junto a sua e então, os lábios seus se encontram por mais uma vez onde as mesmas deixam as suas línguas ásperas e mornas se encontrarem e se acariciarem em um estalar de um beijo terno e apaixonado.


Enquanto isso em um cume de um báratro:

Amandriel bate as suas belas asas voando e ao chegar no cume daquele monte, o jovem serafim planta os seus pés no chão e em sua forma humana, o mesmo se senta em uma rocha, fixa os olhos seus para o céu que agora, se encontra límpido e com poucas nuvens e então, o serafim começa a referir-se a Deus dizendo:

- Pai, escuta o meu clamor, pois preciso-lhe de ti.

Neste momento, uma nuvem que ainda se faz presente no céu se abre e uma luz incandescente desce dos céus sobre a nuvem e uma voz calma e gentil, mas potente e firme que ecoa por entre os cantos do monte responde ao jovem Amandriel dizendo:

- Dizei-mo meu filho; que me queres? O que lhe aflige e amargura o teu peito?

- Busco por respostas meu Deus.

- Profere então aí seus descontentamentos descontentes sobre a vida e eu vos responderei filho meu.

- Meu Senhor, perdoa-me por minha contrição maldita, mas meu peito dói. Porque estou eu a sentir tais sensações e sentimentos? Minhas lágrimas me queimam a face e uma tristeza me consome a cada dia. Sou eu um anjo puro e livre de quaisquer melancolias, mas desde que eu próprio tomei em meus braços e possuí o corpo deste jovem, eu passei a sentir como o coração humano sente. Porque me tomas meu Senhor? Perdoai-me, mas isso é tudo o que sou para o Senhor? Não vês que me feres e que o seu soldado está ferido em uma batalha sangrenta?

- Filho meu, acalma-te o teu coração. Em verdade vos digo que fiz-te serafim e general de minhas tropas celestiais por um propósito. Antes de conceber-lhe, já havia eu decretado o teu destino. Creia nas palavras proferidas por mim. Estou eu contemplando vossas lágrimas e eu sei o que lhe feres e o motivo da dor em seu peito portanto sabeis que é fraca a compreensão humana sobre o amor. O coração humano define amor como amor carnal; amor físico e libidinoso, porém... O verdadeiro amor está muito além disso Amandriel e tu sabes disso. Sabei-lo; já decretei o destino da guerreira de cabelos compridos e tez tão delicada e ele está ligado à Gabrielle.

- Então porque tende-me a por n’este leito de dor e sofrimento se não posso nem ao menos tocar em sua face úmida pai?

- Porque eu quis assim, pois quem faz a boca do homem, não sou eu o Senhor? Quem concede forças a um soldado em uma luta, também não sou eu o Senhor? Fiz-te serafim e anjo da guarda de Xena com um propósito e no momento certo, você entenderá o porquê de teu sofrimento.

- Compreendo-lhe meu Senhor, mas enquanto a questão da criança que agora se morre de amores por mim? Esse amor apenas cresce a cada dia que passa.

- Tu mesmo terá que compreender tal mistério, mas sabeis; lembra-te do que lhe falei filho meu... É fraca a compreensão humana sobre o amor. Compreenda-te o que eu estou depositando em teu coração. Novos sentimentos virão Amandriel e somente tu poderá compreendê-los, pois isso faz parte de teu destino.

- Graças seja dada a ti meu pai, mas não existe outra forma com que eu possa ajudar Xena e Gabrielle?

- Amandriel... Estás hesitando de tua missão?

- Não meu Senhor, mas o fardo é pesado demais.

- Acalma-te o teu coração e não deixe a tua fé se abalar. Continue tendo fé em minhas profecias, pois as minhas escrituras precisam ser cumpridas.

- Entendo meu Senhor.

- Agora vá. Tu sabes o que fazer.

Neste momento, Amandriel abre as suas asas de serafim novamente e levanta vôo seguindo em uma direção a Potedeia.

Chegando em Potedeia, Amandriel se materializa para dentro da casa de Lila, entra no quarto da mesma, se senta em seu leito e aguarda onde subitamente, a irmã de Gabrielle adentra o quarto onde no mesmo instante, Lila faz menção de gritar, mas se acalma ao perceber que é na verdade o jovem Amandriel.

Lila então repousa a sua destra em seu peito e se refere à Amandriel dizendo:

- Amandriel... Quer matar de susto. Eu já falei pra não me assustar assim.

Amandriel então, sorri para Lila, suspira fundo e lhe refere dizendo:

- Nós precisamos conversar.




Continua no próximo capítulo.




Olá, tudo bem com vocês? Espero eu de coração que sim.

Muito obrigado pelo imenso carinho que todos vocês me concebem tanto a cada capítulo que é postado aqui no blog. Isso me inspira e me motiva ainda mais. Se quiserem continuar essa leitura, me enviem mensagens para os meus e-mails, curtam a fanfic aqui pelo blog ou pela Fanpage no facebook e divulguem-na, pois essa é a melhor forma de saber que vocês estão gostando realmente da mesma e desejam continuar lendo. Peço-lhes que vocês façam isso agora mais do que nunca, pois a fanfic está em seus momentos finais onde muita coisa acontecerá e os mistérios irão ser revelados de uma vez por todas.

Atenção: Os poemas “Um Beijo” e “Vida de um Poeta” usados neste capítulo são de minha autoria (Carlos Brito) e os mesmos fazem parte de um de meus livros com direitos autorais reservados (©)
Se desejarem saber mais sobre mim como escritor/poeta e ficar ainda mais por dentro dos capítulos da fanfiction, então me segue lá no Twitter: @carlos_vladxena

Bem... Xena e Gabrielle conseguiram destruir os planos de Lúcifer e Lilith fazendo com que a mesma revelasse a sua verdadeira face, mas por qual motivo Amandriel conversou com o Deus único e porque Lilith enfrentou Xena e Gabrielle sem a sua companheira Amithiel?

Isso, vocês só saberão no próximo capítulo. Um forte abraço e um beijo a todos os leitores (as).


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